Permitam-me uma inferência, um simples ponto de vista. Se me perguntassem quantos tipos de seres humanos existem, responderia: três. Eles estão representados na cena descrita no evangelho de Lucas, capítulo 23, no monte chamado “caveira”, cada um em uma cruz. Do primeiro tipo, existe apenas um ser humano: Jesus Cristo, vivo, único, aquele que pagou o preço de outros. De um lado dele, o segundo tipo de ser humano, o malfeitor que dele escarneceu. Do outro lado dele, o terceiro tipo, o malfeitor que reconheceu que merecia aquele castigo, e que, derramando ali sua alma, pediu-lhe: “lembre-se de mim quando você entrar em seu reino”. Como do primeiro tipo de ser humano só existe um, porque ele é único, resta-nos, a cada um de nós, enquadrar-nos em um dos outros dois restantes. Só há duas opções, ser o malfeitor que se ensoberbou ou o malfeitor que se rendeu. Qual deles você quer ser? Para ser aquele, não precisa fazer nada. Para ser este último, levante-se, caia em si, reconheça, pois só há um caminho: o que vive, o que pagou o preço de todos, o ser humano único que representa o primeiro tipo. Ele lhe pegará pela mão e o guiará, e, quando chegar o tempo, dir-lhe-á: “ainda hoje você estará comigo no paraíso”.